9.16.2005

A Lua



“A lua bêbada e sonâmbula afasta a cortina das nuvens e vai abrindo lentamente todas as portas da noite.
Inspira ali um poeta que sonha um dia ser famoso hipnotiza uma matilha de lobos na campina desolada e, mais adiante, surpreende um casal no doce ofício do amor.
Despudorada, faz pose para o astrônomo que fotografa as suas intimidades com um possante telescópio, no mesmo instante que ilumina o caminho do vaqueiro solitário que tange uma boiada na imensidão do seu deserto e já inventa luminosa estrada para o veleiro, tão frágil, que vai se equilibrando no sobe e desce das ondas.
Parece muitas, parece luas, mas é uma só." (Sílvio Ribeiro de Castro)