
A saudade pura não encontra distância no espaço, nem no tempo, criando de tal sorte um vínculo que, mesmo as almas estando separadas, se sentem unidas pela força do Amor.
Se estás com saudade e te é ofertado um palácio para que nele te posas distrair, engana-se quem esse benefício te quer fazer, porque será dentro dele que a saudade se avolumará, apesar de todo o bem-estar, por nada haver que se compare ao Amor, que tudo supera. Nada há o que se compare no ambiente divino da saudade pura, aquela que faz o coração pulsar no peito, como um sol de Deus.
Se alguém te levar a visitar as mais belas metrópoles da Terra, que te ofertem as lindas visões das coisas mais aprimoradas da ciência moderna, ainda assim não te esquecerás daquela imagem que amas e que a saudade te faz lembrar. Se fosses levado para o reino onde a paz fosse o clima natural, onde não existisse necessidade de qualquer ordem e onde todos vivessem uma só família, sem perigos para qualquer pessoa, onde o céu fosse o mais lindo, faiscando de estrelas das mais belas, onde até o Anjos fossem visíveis para todos, mesmo assim – que Deus me perdoe – se não estivesse lá a pessoa que amas, a saudade te faria esquecer tudo aquilo, para te lembrares, com todo fulgor, com toda alegria, de quem projetou a sua imagem no centro de teu coração.
E essa saudade somente desaparecerá, quando estivermos integrados na consciência de Deus, a falarmos como falou Cristo: "Conheceis a Verdade e ela vos tornará livres". Cultivemos, pois, a saudade, mas aquela saudade pura, que poderá acender em nós, luzes de todos os matizes, na busca do nosso Amor, para que ele, na liberação total dos nossos sentimentos se interligue a toda criação de Deus."
Francisco de Assis