12.04.2005

sobre o tempo (II)


O despertador é um objeto abjeto.
Nele mora o Tempo.
O Tempo não pode viver sem nós,
para não parar.
E todas as manhãs nos chama
freneticamente
como um velho paralítico
a tocar a campainha
atroz.
Nós é que vamos empurrando,
dia a dia, sua cadeira de rodas.
Nós, os seus escravos.
Só os poetas, os amantes, os bêbados
podem fugir por instantes
ao Velho...
Mas que raiva impotente dá no Velho
quando encontra crianças
a brincar de roda
e não há outro jeito senão desviar delas
a sua cadeira de rodas!
Porque elas, simplesmente, o ignoram....

Mario Quintana
"Não sou o psicanálista não... Rs Gostei de seu recado, obrigado! Um beijo e fique com Deus. Até mais."
(...)
"Posso desenhar um reloginho em você?"
"Sem ponteiros!"
"Te amo,"